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Função Social da Empresa

Foto do escritor: Lisângela da Silva AntoniniLisângela da Silva Antonini

O Impacto que as empresas causam na sociedade.


Compreende-se como função social da empresa o papel e o impacto que tem na sociedade. Para essa avaliação são considerados os efeitos das ações e decisões não apenas em termos de lucro e retorno para os acionistas, mas também em relação aos interesses e necessidades dos diferentes grupos de partes interessadas como funcionários, clientes, fornecedores, comunidade local e meio ambiente. (Freeman, 1984).


De acordo com a linha histórica, a origem da função social da empresa teve início no final do século XIX nos EUA. Nesse período entre 1950-1960, o industrialismo provocava problemas sociais como condições de trabalho desumanas e exploração dos trabalhadores, incentivando a criação de um grupo de empresários para analisar o tema.


A temática da função social da empresa ganhou destaque ao longo do tempo, sendo influenciada por diferentes correntes de pensamento e mudanças nas demandas da sociedade. Foram diferentes teorias e visões apresentadas e que influenciam até hoje o posicionamento estratégico das empresas.


Enquanto alguns defendiam que a única responsabilidade da empresa é gerar lucro e retornos para os acionistas (Friedman,1960), outros argumentam que as empresas têm a responsabilidade de contribuir positivamente para a sociedade (Freeman, 1984). Uma das correntes que embasam esse estudo é o movimento econômico e político alavancado pela perspectiva de Milton Friedman (1960).


Economista e professor da Universidade de Chicago, foi vencedor do Prêmio Nobel. Era defensor da teoria do liberalismo econômico. Sua visão era de que a responsabilidade primordial de uma empresa deveria ser a maximização dos lucros para os acionistas. Friedman (1960) defendia a ideia de que a intervenção governamental deveria ser limitada e acreditava que as atividades de caridade e iniciativas sociais seriam bem realizadas por meio de ações voluntárias de indivíduos ou por organizações filantrópicas, não sendo recomendada a participação das empresas na realização de investimento social privado, pois as temáticas sociais seriam de responsabilidade do Estado. Nesse sentido, a visão de Friedman é contrária à ideia de que as empresas têm uma responsabilidade social para além de suas operações econômicas.


Em contraponto à visão de Friedman (1960), a função social da empresa tem outra corrente de conhecimento influenciada por Robert Edward Freeman (1984), renomado acadêmico e filósofo de negócios, desempenhou um papel fundamental na promoção do conceito da função social das empresas sob a abordagem do “stakeholder”, na qual enfatiza a importância de considerar e envolver todas as partes interessadas de uma empresa em suas decisões e ações.


A contribuição mais significativa de Freeman (1984) para a função social da empresa foi o desenvolvimento de um modelo de gestão empresarial baseado em atores sociais que são diretamente interessados aos resultados da empresa além do 36 tradicional modelo centrado apenas no acionista (Friedman, 1960) que foi chamada de “Teoria dos Stakeholders”.


Para Freeman (1984), as empresas têm obrigações não apenas com seus acionistas, mas também com outros grupos de interesse como funcionários, clientes, fornecedores, comunidade local e o meio ambiente. As empresas deveriam gerar lucros, mas também criar valor para todos os seus stakeholders, agindo com ética, considerando o impacto social e ambiental de suas operações e buscando o bemestar de toda a sociedade.


Dentro desse contexto, para Freeman (1984), a empresa atua na abordagem voltada para a função social, buscando equilibrar seus objetivos econômicos com preocupações sociais. Essas duas perspectivas representam uma discordância fundamental sobre o papel social da empresa. Friedman (1960) enfatiza a busca do lucro e o interesse dos acionistas, enquanto Freeman (1984) defende uma visão mais abrangente que considera múltiplos interesses sociais.


Atualmente a função social da empresa está cada vez mais em evidência. A partir das práticas de gestão alinhadas ao Movimento ESG, iniciado em 2004 pelo Pacto Global liderado pela ONU, as empresas são mobilizadas a participarem de forma ativa nas demandas da sociedade, observando as necessidades de equilibrar os interesses financeiros e econômicos das empresas com os interesses sociais e ambientais das comunidades em que atuam.


 
 
 

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